O que te aflinge?
A chegada da Netflix e do Spotify no mercado, em meados da década passada, representou uma verdadeira revolução na forma como consumimos conteúdo audiovisual e musical. Para muitos, essa mudança significou um mundo de possibilidades: acesso a um acervo gigantesco de filmes, séries, músicas e podcasts a qualquer hora e em qualquer lugar, e tudo isso por um preço relativamente baixo.
No entanto, essa disrupção também gerou receios, principalmente entre produtores e artistas. O medo da pirataria e da evasão de público das salas de cinema e dos shows era latente. Afinal, quem pagaria para assistir a um filme no cinema se podia tê-lo em casa por um valor bem menor? E quem iria a um show se podia ouvir as músicas do seu artista favorito quantas vezes quisesse, sem sair do sofá?
Com o passar do tempo, esses receios se mostraram, em grande parte, infundados. As plataformas de streaming não acabaram com as salas de cinema ou com os shows. Pelo contrário, elas abriram um novo leque de oportunidades para o mercado.
Democratização do acesso à cultura: As plataformas de streaming democratizaram o acesso à cultura, permitindo que pessoas de todas as classes sociais e regiões do país tivessem acesso a um conteúdo de qualidade. Isso contribuiu para o aumento do interesse pela cultura e para a formação de novos públicos consumidores.
Novas formas de consumo: As plataformas de streaming também propiciaram novas formas de consumo de conteúdo. A possibilidade de assistir a um filme ou ouvir uma música a qualquer hora e em qualquer lugar deu mais liberdade aos consumidores, que podem escolher o que querem assistir ou ouvir de acordo com seu próprio ritmo e suas próprias preferências.
Incentivo à produção de conteúdo: As plataformas de streaming também se tornaram grandes incentivadoras da produção de conteúdo audiovisual e musical. Elas investem bilhões de dólares em produções originais, o que gera emprego e renda para milhares de profissionais da área.
Novos Horizontes para Artistas e Produtores: Para os artistas, as plataformas de streaming se tornaram uma poderosa ferramenta de divulgação e alcance global. Hoje, um músico independente pode ter sua música ouvida por milhões de pessoas em todo o mundo, sem precisar depender de grandes gravadoras ou rádios. O mesmo vale para cineastas e produtores de séries.
Ao contrário do que muitos pensavam, a Netflix e o Spotify não mataram o cinema ou a indústria musical. Na verdade, elas criaram uma nova forma de consumo, que se complementa à experiência tradicional. Nada substitui a vontade do fã de estar perto do seu ídolo. Nem anula a experiência de estar no escurinho do cinema. Mas os streamings proporcionam a liberdade de escolha e acesso ao público. Além de fazer o inverso ao receio de muitos, ele desperta a curiosidade de um novo público, criando um movimento de formação de público.
A chegada da Netflix e do Spotify representou um marco na história do entretenimento, mas não o fim de uma era. Ao contrário, as plataformas de streaming abriram um novo leque de possibilidades para o consumo de conteúdo, democratizando o acesso à cultura e impulsionando a criação de novos formatos e experiências.
O futuro da indústria do entretenimento é promissor e colaborativo, com espaço para que streamings e atividades presenciais coexistem e se complementam, oferecendo ao público o melhor de ambos os mundos.
Assim, do que a linguagem cênica mais antiga do mundo, o teatro, tem medo?
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